Interagindo intuitivamente comigo mesma numa casa aleatória no meio de plantas trazidas da Amazônia que agora enfeitam morbidamente o quintal de uma dona-de-casa qualquer que passa seus dias solitários lendo revistas de moda francesas , lixando as unhas do pé e idealizando um marido carinhoso que nunca apareceu , eu me pergunto onde foram parar aquelas idéias malucas de acordar no meio da madrugada , colocar algumas roupas numa mochila e pegar um ônibus para qualquer cidade e conhecer velhos que bebem conhaque num calor de 40 graus e me contam sobre a vida dos seus netos , e como foi complicado viver na época da ditadura e que eles todos acham o Caetano um pau-no-cu . Me pergunto o que aconteceu com aquela energia matutina que me fazia pular da cama às 7 da manhã e ouvir um professor bêbado falando sobre uma carnificina de golfinhos em mares brasileiros ; e me pergunto o que aconteceu com a pessoa que eu era .A resposta me vem em forma de música , cinema e pessoas . Analisando Death Cab eu pude entender que a vida é muito mais profunda do que lágrimas de crocodilo para ganhar uma roupa nova . Com o Polanski percebi que bizarrices e demônios são assuntos tão interessantes quanto transformar metal em ouro ; e com as pessoas eu aprendi que amizade e amor verdadeiros são para poucos corajosos .
Não que alguma dessa merda que eu escrevi seja de alguma forma relevante ou de interesse de alguém , na verdade nem eu me interesso por isso , eu só quero acordar no dia seguinte sem dor nas costas .
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