quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Disco voador



  Deve existir uma saída, ou um lugar onde eu possa passar a noite. Não importa quantos insetos andem pelo meu colchão, só preciso de uma xícara de café e alguém com quem conversar sobre qualquer coisa que não seja sobre o que dizem as revistas e os jornais.
  A cidade é tão melancólica com suas luzes neon e as pessoas comendo batatas fritas às 3 da manhã de uma quarta-feira chuvosa.  Penso se estou perdendo alguma ou muita coisa, enquanto estou sentada aqui nessa estátua, sentindo o frio subindo pelas minhas pernas. 
  São tantas questões relacionadas a infinidade psíquica de uma bolha de sabão que flutua em direção ao infinito, e são tantas respostas sem nexo respondidas a um vendedor de bíblias que não acredita em Deus.
  Ela diz que espera por um disco voador vindo de Sírius pilotado por peixes, que a teletransportem para o fundo do mar e a façam rainha de uma civilização de sereias. Mas isso é o que ela espera.
 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Segundos

    Uma expectativa frustrada, algo que acontece até com os animais. Nascemos sozinhos e vamos morrer sozinhos, mesmo estando rodeados de gente. Ninguém nunca vai saber o que se passa de fato em nosso coração, ou o tamanho da nossa alma. Alguns podem tentar, talvez consigam chegar a um número aproximado, mas a exatidão é só nossa. Minha. 
    Quadros borrados esquecidos em uma cozinha abandonada e empoeirada pelos livros que foram lidos por olhos que logo estarão debaixo da terra, e minha decepção que deita no chão da sala e me encara de um jeito irônico. 
    Eu não quero toda essa tralha que todos usam em volta do pescoço, preciso de mim, das minhas idéias, da minha opinião que nunca permanece a mesma por muito tempo, e preciso do mundo, assim como o mundo precisa de mim.
    Algo que poderia ter sido mas não foi, porque eu não posso mudar todos os seres vivos que encontro pelo Planeta, mesmo sendo maleável e podendo mudar às vezes, por uns segundos.