sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Mangas

    O engraçado é que ninguém sabe o que se passou pela cabeça tranquila do construtor do dinossauro gigante em Nashville, ou o que acontece no interior de uma sala minúscula onde as pessoas vestem-se cuidadosamente para enganarem a si mesmas e despistarem seus piores inimigos.
    Tudo jogado no lixo feito o feijão que restou da semana toda, e você nem se dá ao trabalho de perguntar se alguém o queria para alguma coisa.
    Elas ficam penduradas lá no alto quase o ano todo, e observam tudo e sentem frio caladas e não reclamam quando são beliscadas ou até comidas. Simplesmente existem e fazem parte de um ecossistema decadente ilustrado em uma revista independente que depende de doações para existir.
    Você se lembra perfeitamente do quão difícil era encarar nossos próprios sapatos enquanto o vento que vinha do sul desfigurava nossas células e nos transformava em seres incapazes de medir as consequências de seus atos enquanto tudo desmoronava ao nosso redor. Eram tão lindas e bem escritas as cartas que chegavam pelo correio e nos davam boas notícias sobre alguém que finalmente chegara ao paraíso e não precisou provar nada a ninguém.
    Ainda florescem novas rosas, e o amor amolece nosso coração enquanto nos apaixonamos ao longo do caminho.