segunda-feira, 13 de junho de 2011

Economia

Arrebento linhas imaginárias do que um dia FOI . Dedilho uma por uma , arrebento-as feito as cordas de um violão esquecido dentro do porta-malas de um carro que fora jogado de um precipício , no mar .

Ouço músicas memoráveis de pessoas destruídas por suas próprias crenças . Pessoas traídas por seus deuses particulares e que tiveram que se render à um grupo fechado de amigos que lêem Nietzsche e conversam sobre economia .

Não me interesso por Nietzsche . Me interesso pelo autor desconhecido que escreve sobre cachorros e suas bondosas almas de anjos incansáveis que lambem nosso traseiro sem quererem nada em troca .

É inadmissível passar uma vida inteira afirmando que o homem nunca chegou à Lua . A questão não é a Lua , mas sim o homem . A questão não é o Céu , mas sim Deus .

Converso todas as noites com algo que desconheço , e mantenho relações amigáveis com pessoas que conheço , mas na verdade não conheço .

Dividimos nosso precioso tempo entre relacionamentos que nos são enfiados goela abaixo e privações literárias e lingüísticas de opiniões que pertencem à maioria mas são guardadas por medo . O medo nos controla . O medo me controla . Medo de dormir e nunca mais acordar . Medo de ficar tetraplégica . Medo de que cortem meu cabelo sem a minha permissão . Medo de ficar sem ele , medo de não ser eu mesma . Então todos meus medos são colocados em prática , e percebo que não tenho controle nenhum sobre mim . Já me vi no controle das vidas de outras pessoas , mas acho que isso acontece com todo mundo .

Tenho uma missão , sei que tenho mas não sei qual é . Sendo assim , caminho por essa estrada de terra escura e úmida , a qual o núcleo é um lago . Um lago de lamentações e de ressentimentos . Meu lago . Mergulho e me encontro com um saco de ossos , que através de um fêmur escurecido , me diz que devo mergulhar mais fundo . Tenho medo de mergulhar mais fundo e me deparar com um monstro imenso , comprido feito uma enguia de 5 metros com dentes afiados que me observam sobressaltados de seu lábio inferior .

Não me impressiono com sangue e nem com torturas intermináveis . Não me impressiono com palavras bonitas escritas em um texto metricamente feito para encher os olhos dos apaixonados de lágrimas . Não me impressiono com riqueza e nem com pobreza . Me impressiono com a sinceridade e naturalidade vindas de todas as formas .

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